Pular para o conteúdo principal
FUGA
correr e desaparecer. me perder em meus próprios passos. chorar e gritar, urrando perguntas que não têm resposta. queria ser leve como pena, carregada pelo vento, desintegrando no vazio do mundo.
[estéreo em distorção ressoa pela atmosfera]
um coral anuncia minha chegada a lugar nenhum. sons angelicais que cantam o mais belo caos. me sinto bem-vindo.
mesmo com a concentração de angústia e dor, havia liberdade. todos os muros foram derrubados, e os destroços viraram pó. ninguém vai te ouvir soluçar, mas é uma solidão confortável.
os símbolos, eles não passam disso. representações vagas de tudo que atormenta minha mente doente.
não quero saber. no fundo, não procuro respostas, sequer soluções. busco apenas o puro direito de me deliciar da minha própria melancolia. a amargurada e calorosa tristeza que em mim habita.
fantasias autodestrutivas, as que sempre me perseguem, recebem seu momento de brilhar. os delírios podem finalmente tomar conta de mim. é intenso, desgastante, mas sou eu. tudo faz parte de mim.
preciso sentir isso. estar exatamente onde estou. faz parte do caminho.
caminho esse que, aliás, nem conheço. e tudo bem. é como eu queria: me perder em mim.
agora, de volta à monotonia dos dias: estou ok. obrigado por perguntar
Comentários
Postar um comentário